quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Brincar com segurança

Esta época do ano, quando ventos estão mais fortes, é propicia à prática de uma brincadeira comum entre as crianças e adolescentes: empinar pipas. E se não forem respeitadas certas regras, a brincadeira apresenta perigos camuflados.

É bem antiga a prática de empinar as pipas, que também tem o nome de raia, arraia, papagaio, califa, pandora, quadrado e tantos outros. Foi inventada pelos chineses como instrumento de guerra inicialmente, servindo para alertar aos batalhões sobre a presença de exércitos inimigos na grande muralha.

O brinquedo é bem simples e popular, e é comum em qualquer cidade ou bairro ver inúmeros no ar. Feito de varas de bambu e papel de seda que, unidos a uma rabiola de papel ou de plástico, perambula pelo céu, fixada no cabresto por uma linha resistente ou barbante.

Quando a pipa está com sua linha ao natural, ela apresenta perigos para as crianças que a estão soltando, pois exige que, ao brincar, a pessoa mantenha o olhar e a atenção voltados para o alto. É nesta situação em que, num segundo de distração, pode gerar um acidente. Por exemplo: uma queda de lugares altos; atravessar na frente dos carros e serem atropeladas; e ainda a queda de árvores, muros, casas, torres e outros lugares altos ao tentar pegar as pipas que caíram pelo rompimento de sua linha.

Mas há uma maneira em especial da brincadeira se tornar ainda mais perigosa: é a pratica de colocar cerol (mistura geralmente de cola com vidro em pó ou finos metais) na linha, para que ela fique cortante e, com isso possa derrubar as demais pipas. Numa competição entre os soltadores de pipa, ganha quem derrubar mais e, segundo os usuários, essa prática deixa a brincadeira mais atraente e emocionante.

Porém a prática de aplicar cerol à linha pode transformá-la em uma arma letal. É exatamente pelo fato de poder cortar a linha de outras pipas é que os usuários afirmam usar o cerol. É uma prática proibida porque oferece riscos, podendo causar até a morte, caso corte, por exemplo, o pescoço de um motoqueiro ou ciclista. Também há o risco do próprio ‘empinador’ do brinquedo se cortar e das pessoas que disputam quem pegará as pipas desprendidas das linhas que caem ao serem ‘tosadas’ ou por outras eventualidades.

Mas os perigos do uso do cerol não se limitam a cortar alguém na rua. O vidro também é um condutor de energia e se o fio com cerol pegar na rede elétrica, a pessoa que está empinando a pipa pode morrer eletrocutada. Com o pó de metálico é pior. Para brincar tranqüilo, sem o perigo de ferir alguém, só com barbante de algodão. Nem os fios de nylon (de pesca) são indicados, pois cortam tanto ou mais que a linha que contém o cerol.

Para uma maior segurança da prática da brincadeira, o Corpo de Bombeiros dá dicas, como:


-Nunca soltar pipa perto de antenas, postes e fios elétricos, porque podem se machucar seriamente;
- Preferir locais abertos como parques ou campos;
- Nunca empinar pipas em lugares altos, como telhados ou lajes. De tanto olhar para cima, a criança pode tropeçar e cair.
- Brincar de soltar pipa em dias de chuva, principalmente se houver relâmpago, é muito perigoso. Só faça isso quando o tempo estiver bom.
- Jamais utilize linha metálica, como fio de cobre de bobinas ou cerol (mistura de cola com caco de vidro).
- Também não faça pipas com papel laminado porque o risco de choque elétrico é grande.
- Tente soltar pipa sem rabiola, como as arraias. Na maioria dos casos, a pipa prende no fio de energia elétrica por causa da rabiola.
- Se a pipa enroscar em fios, não tente tirá-la. É melhor fazer outra. Nunca use canos, vergalhões ou bambus para isso.
- Ao correr atrás das pipas, muito cuidado com o trânsito.
- Tenha atenção especial com os motociclistas e ciclistas - a linha da pipa pode ser perigosa para eles. Fique atento para que a linha não entre na frente destes condutores.

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