segunda-feira, 14 de abril de 2008

Mudança de tempo, cuidados com as crianças!


Será que esse dodói vai mesmo passar?
Saiba reagir aos sintomas das doenças mais comuns da infância
Por mais saudável que seu filho seja, criança nenhuma está livre de adoecer de vez em quando. Nos primeiros anos de vida, o sistema imunológico ainda é frágil. O intenso contato com o mundo coisas como se arrastar pelo chão, pôr tudo na boca e não lavar as mãos com tanta freqüência aumenta as chances do filhote se contaminar com microorganismos.

Pequenos que vão à creche também costumam dividir com os amiguinhos seus germes. É absolutamente normal e pode apostar que trancar o bebê em casa e dar cinco banhos por dia faz mais mal do que deixá-lo solto para se sujar e brincar por aí.


Claro que cuidados com higiene são necessários, assim como manter uma alimentação saudável, praticar atividades divertidas, tomar banhos de sol, ser amamentado por no mínimo seis meses, dormir bem e ganhar muito carinho tudo isso reforça o sistema imunológico da criança e reduz as chances dela adoecer.


Mas, se seu bebê ficar dodói, fique tranqüila. A maioria das doenças da infância, como viroses e catapora, tem tratamento simples, passa logo e não deixa seqüelas. Outras, que podem terorigem na herança genética, exigem mais atenção, como alergias e problemas respiratórios.

As mais graves, ainda bem, podem ser prevenidas com vacinas. Para ajudar você a se preparar para esses momentos, Minha Vida conversou com o pediatra Gerson Coelho, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Aprenda agora como reconhecer os sintomas, prevenir e remediar as doenças. E lembre-se: a qualquer sinal de que há alguma coisa errada, consulte logo um médico. Só ele pode dar um diagnóstico preciso e recomendar os exames e remédios certos.

Alergias Existem substâncias no ar e nos alimentos que provocam reações alérgicas em determinadas pessoas. A alergia pode ser dermatológica (quando atinge a pele), respiratória (nariz e ouvidos), gastrointestinal (estômago e intestinos) ou ocular (olhos). Nariz escorrendo, falta de ar, vermelhidão, coceira e enjôo são alguns dos sintomas possíveis. Nem todos os tipos exigem exames de laboratório, mas é indispensável que o pediatra reconheça o tipo e a causa da alergia. Ele irá indicar com quais substâncias a criança deve evitar contato. Existem maneiras de diminuirmos as manifestações da doença, porém ainda não existe cura para alergias , explica o pediatra Gerson Coelho.

Bronquite
É uma inflamação nos brônquios, provocada por vírus ou bactérias, que normalmente aparece depois de um resfriado. A bronquite é caracterizada por muita tosse. No início seca, mais tarde ela vem acompanhada de catarro e febre. Xaropes não são recomendados. Analgésicos podem ser utilizados para aliviar a febre e o desconforto da criança. Para combater o incômodo da tosse, o pediatra Gerson Coelho recomenda que o bebê fique em posição semi-sentada, tome bastante líquido e tenha a alimentação fracionada. Se não apresentar complicações, a doença costuma desaparecer entre 7 e 10 dias , afirma.

Brotoeja A pele do bebê é muito sensível. Calor, abafamento e contato com alguns tecidos, como náilon ou lã, podem causar este probleminha, que provoca bolinhas vermelhas, que costumam coçar muito e arder. A brotoeja costuma aparecer nas dobrinhas onde o suor se acumula e no pescoço. A coceira pode deixar a criança irritada e com dificuldades para dormir. Para prevenir, mantenha o bebê em lugares arejados, com roupas de tecidos macios e leves. Se a brotoeja aparecer, use soluções como a calamina, encontrada em farmácias, para aliviar a coceira.

Coqueluche
É uma grave infecção da traquéia, bronquíolos e brônquios, causada por uma bactéria. Pode ser adquirida pelo bebê através do contato pessoas ou objetos contaminados. Por volta de dez dias após o contágio, surgem os sintomas: acessos de tosse, mal-estar, febre baixa, nariz entupido. A prevenção acontece através da vacina tríplice bacteriana. Os bebês pequenos são as maiores vítimas desta doença e devem ser internados , afirma o pediatra. Pode levar até três meses para curar.

Caxumba Trata-se de uma infecção por vírus das glândulas salivares, que ficam doloridas e visivelmente inchadas, deixando a criança mais bochechuda, às vezes de um lado só. Outros sintomas são dor-de- cabeça, fraqueza, febre e dor ao engolir. Evite alimentos secos, que ativam a produção de saliva e pioram a dor , orienta o pediatra. Se necessário, use analgésicos. A caxumba é transmitida pelo contato com a saliva de pessoas contaminadas. Se o bebê pegar a doença, evite o contato com pessoas não-imunizadas, ou seja, que nunca tiveram caxumba. A melhor prevenção é a vacina tríplice viral. Leva cerca de dez dias para curar.

Catapora Altamente contagiosa, a catapora é causada por um vírus, através de contato com a saliva (fala ou espirro) de uma pessoa infectada. Os sintomas são febre alta e manchas vermelhas, que vão se espalhando de cima para baixo. Rapidamente, as manchas viram pequenas bolhas e crostas, que coçam muito. O pediatra afirma que não se deve usar aspirina em hipótese alguma.

Para aliviar a coceira, use solução de calamina, à venda em farmácias. Existe vacina contra esta doença. Se seu bebê for contaminado, coloque roupas leves e evite contato com pessoas não-imunizadas, ou seja, que não tiveram catapora e não estão vacinadas. A criança deve ficar isolada até desaparecer a última lesão em formato de bolha. A doença costuma desaparecer em cerca de dez dias.

Desidratação Nos bebês, um sintoma evidente é o afundamento da moleira. Também a boca e lábios ficam ressecados, a criança sente muita sede e urina menos. A causa mais comum é infecção intestinal, causada por vírus, erros alimentares e alimentos preparados sem higiene adequada ou contaminados , afirma o pediatra Gerson.

O soro de reidratação (comprado pronto na farmácia ou feito em casa, com um copo de água filtrada e fervida, uma pitada de sal e duas colheres de chá de açúcar) deve ser tomado pelo bebê tão logo surjam esses sintomas. Ofereça a cada vez que ele evacuar ou sentir sede. A recuperação, em geral, leva cerca de dez horas.


Diarréia
Geralmente causada por infecções no estômago e intestino causadas por vírus ou bactéria. Podem também ser reação colateral de outras doenças. Se o bebê começa a evacuar com maior freqüência e suas fezes são semi-líquidas ou líquidas, provavelmente está com diarréia.

Como ele perde muito líquido, dê soro caseiro ao seu filho para prevenir a desidratação. Após cada evacuação, ofereça de 50 a 100 ml de soro (comprado pronto na farmácia ou feito em casa, com um copo de água filtrada e fervida, uma pitada de sal e duas colheres de chá de açúcar).

Dor de garganta
As dores acompanhadas de febre alta e mau-hálito costumam ser conseqüência de inflamações causadas por bactérias. Já as dores que vêm combinadas com sintomas de resfriado, tosse ou rouquidão são provocadas por vírus. Apenas o pediatra pode avaliar e indicar o tratamento correto para cada caso. Geralmente, quando a origem é bacteriana, é preciso tomar antibióticos.

Dor de ouvido (Otite) O ouvido pode inflamar por acúmulo de coriza, no caso de bebês gripados, ou por não ser secado direito após o banho. Os sintomas são muita dor no ouvido, podendo ser insuportável o toque na região em volta da orelha, e formação de gânglios (espécie de caroços) abaixo da mandíbula. O pediatra deve avaliar o bebê para indicar a medicação. Em casa, use compressas quentes e secas para aliviar a dor. Para tratar, devem ser usados analgésicos, assear o nariz e manter a criança com o tórax elevado , explica o pediatra. Não use cotonetes nem molhe constantemente os ouvidos do pequeno.

Febre
As crianças costumam apresentar febre como um sintoma de resposta a infecções. Todo bebê com menos de 3 meses de idade deve ser levado ao pediatra imediatamente se realmente estiver com febre (temperatura superior a 37,5°). A temperatura deve ser medida dez minutos após retirar as roupas do bebê e deixá-lo em ambiente fresco , orienta o pediatra. Os maiores de 3 meses devem correr ao médico se tiverem febre acima de 39,5°. A mãe pode usar antitérmico e dar banhos frios para baixar a temperatura. É necessário investigar a causa da febre.

Gripes e resfriados
Os resfriados costumam ser mais brandos, mas, em geral, as duas doenças apresentam sintomas parecidos: nariz vermelho e entupido, espirro, cansaço, às vezes febre. Esses sinais podem incomodar por apenas três dias ou até duas semanas. Provocadas por vírus, o contágio se dá através do contato direto com a saliva de pessoas contaminados.

Ninguém gripado ou resfriado deve se aproximar ou pegar o bebê no colo. Evite lugares fechados. Se o pequeno contrair a doença, dê a ele muita água, leite e líquidos. Para aliviar dores no corpinho ou febre muito alta, é recomendado o uso de analgésicos.

MicoseEsse problema acontece especialmente no verão. Trata-se de um mal causado por fungos, seres microscópicos que adoram ambientes quentes e úmidos e se alimentam de queratina, uma substância presente na pele. A micose pode se manifestar de diferentes maneiras, formando bolinhas de água, manchas ou descamações na pele.

Para prevenir, deixe todas as partes do corpo do bebê arejadas quando estiver calor, com a pele bem seca, e evite que ele toque em animais desconhecidos. Se houver micose, o pediatra recomendará medicamentos específicos.

Nariz entupido
Se o bebê estiver resfriado, gripado ou com outra inflamação nas vias respiratórias, provavelmente terá dificuldades para respirar pelo nariz. Para acabar com essa agonia, basta aplicar com conta-gotas nas narinas uma solução fisiológica infantil, à venda em farmácias sem necessidade de receita. Em seguida, retire a secreção empurrando a base do narizinho para baixo com os dedos.

Refluxo O refluxo torna-se problema quando ocorre com muita freqüência. Casos em que o bebê regurgita o leite junto com líquidos gástricos muitas vezes e, por isso, ganha menos peso do que deveria, ou até perde peso, são caracterizados como doença.

Cada caso deve ser avaliado para que o pediatra decida o tipo de tratamento, que pode ser feito com medicamentos que diminuem a produção de ácidos pelo estômago e outros que aceleram o esvaziamento do estômago , explica o pediatra. Colocar o bebê para dormir com a cabeça mais alta do que o tronco (elevando a cabeceira do berço com um tijolo sob os pés, por exemplo) pode ajudar.

Rotavírus
A doença leva o nome do seu causador, um vírus responsável por inflamações graves no intestino e estômago. Seus principais sintomas são febre, diarréia e vômito. O contágio ocorre através do contato com secreções da via respiratória (saliva, através da fala, espirro) de pessoas contaminadas. Para prevenir, siga o calendário básico de vacinas, que inclui as doses contra o rotavírus.

Se o pediatra diagnosticar a doença, através de um exame de fezes, ele deverá ser muito hidratado, tomando líquidos e soro caseiro. Em casos mais graves, pode demorar até dez dias para curar. É fundamental isolar a criança infectada para evitar a disseminação da doença , afirma o pediatra.

Rubéola
É uma das doenças mais leves que o bebê pode contrair. É causada por vírus e o contágio ocorre através do contato com a saliva de crianças ou adultos contaminados. Os sintomas que apresenta são aparecimento de gânglios, dor-de-cabeça, febre, coriza e manchas avermelhadas que se espalham pelo corpo todo. Um exame de sangue confirma se o bebê contraiu ou não rubéola. Para prevenir existe vacina, que deve ser tomada aos 12 meses de idade. É permitido o uso de antitérmicos para baixar a febre.

Sapinho
É uma infecção bucal causada por um fungo, muito comum em bebês antes dos seis meses de idade. É contraído através do contato com o fungo presente em algumas partes do corpo do adulto ou do contato com crianças e objetos contaminados. Provoca manchinhas brancas, como aftas, que cobrem a língua e o interior da bochecha, mas não causam dor. O tratamento leva dez dias exige o uso de medicamentos específicos para combater esse fungo, que devem ser receitados pelo pediatra. As manchas desaparecem em dois ou três dias.

Sarampo Está entre as mais contagiosas doenças da infância. Dificilmente é contraída por bebês de até seis meses, fase em que ainda estão protegidos pelos anticorpos herdados da mãe. Transmitida pela saliva de pessoas contaminadas, seu diagnóstico exige exame de sangue.

Os principais sintomas são febre alta, olhos vermelhos, secreção nasal e manchas avermelhadas pelo corpo. A melhor maneira de prevenir que seu filho contraia a doença é aplicando a vacina tríplice viral, aos 12 meses de idade. A criança contaminada deve permanecer isolada até cinco dias após o início das manchas , alerta o pediatra Gerson Coelho.

Verminoses As crianças podem sofrer de verminoses com relativa freqüência. É possível se contaminar por via oral (quando ela coloca as mãos na terra contaminada e depois leva à boca, se tem contato com fezes de gatos e cachorros ou ingere alimentos mal lavados), ou pela pele (através do contato com areia ou terra contaminada ou via mosquitos que transmitem doenças).

Os sintomas são dor abdominal, vômito, diarréia, emagrecimento, anemia, falta de apetite e eliminação de vermes pelas fezes. Para confirmar se a criança está infectada, o pediatra solicitará um exame parasitológico de fezes. Evite as verminoses mantendo as unhas do pequeno curtinhas e seus brinquedos limpos; ofereça apenas alimentos bem-lavados e cozidos; ensine a lavar as mãos com freqüência; cuide bem dos animais de estimação e enterre as fezes deles.

Viroses
São doenças causadas por vírus, com sintomas bem variados, que aparecem do nada e também costumam ir embora de repente. Por não haver sintomas característicos, é difícil o médico identificar qual vírus exatamente está causando o problema.

Febre é o sinal mais comum. Quando apresentam outros sintomas, facilita para o médico saber qual o provável vírus , explica o pediatra. Se for mesmo uma infecção viral, a febre se resolverá espontaneamente em até quatro dias. O recomendado é apenas tratar os sintomas com analgésicos e antitérmicos.

Vômitos Assim como a diarréia, os vômitos devem preocupar quando acontecem com tal freqüência que o crescimento e desenvolvimento do bebê fiquem comprometidos. Seu bebê pode vomitar porque o aparelho digestivo ainda não está maduro, por causa de outra doença, ou porque mamou demais.

Caso se torne um problema crônico, o pediatra deverá avaliar se não há algum problema mais sério, como má-formação do tubo digestivo. Se a criança vomitar, aguarde 30 minutos para voltar a lhe oferecer comida.

matéria do site:minhavida.uol.com.br

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