segunda-feira, 29 de setembro de 2008

As abelhas

O maior exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colméia, abandonam-na.
E não a deixam morta, em ruínas, mas viva e repleta de alimento. Todo mel que fabricaram além do que necessitavam é deixado sem preocupação com o destino que terá. Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás. Na vida das abelhas temos uma grande lição.
Em geral, o homem constrói para si, pensa no valor da Propriedade, tem ambição de conseguir mais bens,
sofre e briga quando na iminência de perder o que "lutou" para adquirir.
"Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros..."
Assim, não pode haver paz quando pensamentos e sentimentos prendem o ser ao que ele julga sua propriedade. Essa teia não o deixa alçar vôo para novas moradas. E tal impedimento ocorre em vida
ou mesmo após a morte, quando um simples pensamento como "Para quem vai ficar a minha casa?" é capaz de retê-lo em uma etapa que já podia estar superada. Mas as abelhas fabricam o próprio alimento sem nada destruir e, ainda, doam a maior parte dele.
A lição das abelhas vem do seu espírito de doação. Num ato incomum de desapego, abandonam tudo o que levaram a vida para construir. Simplesmente o soltam, sem preocupação se vai para um ou para outro.
Deixam o melhor que têm, seja para quem for - o que é muito diferente de doar o que não tem valor ou de dirigir a doação para alguém da nossa preferência.
Se quisermos ser livres, se quer parar de sofrer pelo que temos e pelo que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar. O exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence,
e que devemos soltá-las. Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda, e sim visão mais ampla.
O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou a alguém. O apego embaça o que deveria estar claro :
por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que há algo maior para nosso crescimento.
E se não abrimos mão do velho, como pode ter espaço para o novo???

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