sábado, 28 de fevereiro de 2009

A invasão dos saquinhos de supermercado

por Efraim Rodrigues *
publicado em 23/1/2005.

Você vai ao supermercado e compra um limão que seja. Na quitanda ele entra dentro de um saquinho, e no caixa entra dentro de outro.

O bendito saquinho de supermercado tem presença garantida em todos os lugares que não sejam visitados por uma legião de garis a cada poucas horas. Estamos falando de uma invasão de saquinhos de supermercado.

Hoje eu resolvi dar minha mísera contribuição para o problema e ir ao supermercado munido da solução final, que é a boa e velha sacola de compras.
Eu já tinha tentado isto há anos, sem sucesso.

Criaram problema para entrar, criaram problema para empacotar (tem que ser com o bendito saquinho de supermercado...)

Já faz algum tempo que eu ando com a sacola no carro. Este é o primeiro empecilho. Nem sempre a gente antecipa quando vai ter que ir ao supermercado. Se você é do tipo que ainda está tentando se desvencilhar do carro (como eu), pode, ao menos compensar uma pequena fração do dano de mover este monte de aço cidade afora, carregando uma ou várias sacolas de compras dentro dele. Se você já é um cidadão do futuro e anda pouco de carro, então você certamente já usa uma sacola de compras para fazer supermercado, porque aqueles saquinhos cortam a mão da gente !

Cheguei no supermercado, tranquei o carro, fui até a entrada, e voltei para meu carro, porque obviamente tinha esquecido a nova coisa que tenho para cuidar agora. A SACOLA DE COMPRAS.

Como da outra vez não me deixaram entrar no supermercado com a sacola, desta vez eu a coloquei no fundo do carrinho, discretamente, e não sei se por isso, ou pela política ambiental do supermercado, preocupado com o impacto ambiental que seus saquinhos causam, eu entrei no supermercado com minha sacola que durante a compra foi sendo soterrada com comida e diminuiu ainda mais as chances de algum segurança achar que eu a usaria para fins menos honestos do que salvar o mundo da invasão dos saquinhos de supermercado.

Terminada a compra, eu me apressei em colocar as coisas dentro da minha sacola, antes que a caixa sacasse seus saquinhos invasores. Para minha surpresa, ela guardou seus pensamentos para si mesma, (do tipo - Cada louco que me aparece aqui) e não me impediu de usar minha sacola.
Vitória !

O mundo melhorou um pouco nos últimos oito anos, quando tentei fazer isto pela última vez. Mas eu não imaginava que além de conservacionista, a sacola fosse também prática. Carregar as coisas em uma sacola maior é mais prático, a alça não corta a mão, e você leva uma coisa só. Coloca de uma vez no carro, não aquele monte de coisinhas, cada uma querendo cair de um jeito diferente.

Quando cheguei em casa, em dois minutos as coisas estavam guardadas, porque é muito mais fácil tirar as coisas de uma grande sacola, do que tirar duas coisinhas de um saquinho e ter que guardar também os próprios saquinhos depois. Em dois segundos tirei as coisas e as acomodei nos diferentes lugares. A operação de guerra “Supermercado” estava concluída, e de maneira mais rápida e ambiental que o normal, graças a nossa nova colaboradora.

Mas o que eu faço com o lixo, se minha casa não tiver saquinhos de supermercado? Compro saquinhos de lixo?

Tem uma parte dos saquinhos do supermercado que não dá para evitar, que são aqueles que embalam frutas e verduras. Como eles pesam e põem preço naquilo, não vai ser tão fácil convencer os donos de supermercado a abrir mão deles.

Os saquinhos plásticos das verduras dão conta do pouco lixo do meu apartamento, já que a maior dele é reciclado, e outra parte desaparece na unidade biológica que digere cascas, restos de comida, ossos, etc. na varanda.

Que raios de unidade biológica é esta ? Cheira mal? Como se faz?

Esta vai ter que ficar para a próxima semana, e quem sabe ajudar a vender mais alguns jornais de domingo...


Sobre o Autor
Efraim Rodrigues: Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é doutor pela Universidade de Harvard, Professor Adjunto de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, Consultor do Programa Fodepal da FAO-ONU e Editor da Editora Planta, sem fins lucrativos.

fonte:
http://www.verdestrigos.org/sitenovo/site/cronica_ver.asp?id=554

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