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terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Guia Prático da Nova Ortografia - Saiba o que mudou na ortografia brasileira
Guia Prático da Nova Ortografia
Segunda - Feira, 5 de Janeiro
Saiba o que mudou na ortografia brasileirapor Douglas Tufano
(Professor e autor de livros didáticos de língua portuguesa)
O objetivo deste guia é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995.
Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países.
Como o documento oficial do Acordo não é claro em vários aspectos, elaboramos um roteiro com o que foi possível estabelecer objetivamente sobre as novas regras. Esperamos que este guia sirva de orientação básica para aqueles que desejam resolver rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na ortografia brasileira, sem preocupação com questões teóricas.
Mudanças no alfabeto O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma) , W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Como era Como fica
agüentar
aguentar
argüir
arguir
bilíngüe
bilíngue
cinqüenta
cinquenta
delinqüente
delinquente
eloqüente
eloquente
ensangüentado
ensanguentado
eqüestre
equestre
freqüente
frequente
lingüeta
lingueta
lingüiça
linguiça
qüinqüênio
quinquênio
sagüi
sagui
seqüência
sequência
seqüestro
sequestro
tranqüilo
tranquilo
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era Como fica
alcalóide
alcaloide
alcatéia
alcateia
andróide
androide
apóia
(verbo apoiar) apoia
apóio
(verbo apoiar) apoio
asteróide
asteroide
bóia
boia
celulóide
celuloide
clarabóia
claraboia
colméia
colmeia
Coréia
Coreia
debilóide
debiloide
epopéia
epopeia
estóico
estoico
estréia
estreia
estréio (verbo estrear)
estreio
geléia
geleia
heróico
heroico
idéia
ideia
jibóia
jiboia
jóia
joia
odisséia
odisseia
paranóia
paranoia
paranóico
paranoico
platéia
plateia
tramóia
tramoia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
Como era Como fica
baiúca
baiuca
bocaiúva
bocaiuva
cauíla
cauila
feiúra
feiura
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Como era Como fica
abençôo
abençoo
crêem (verbo crer)
creem
dêem (verbo dar)
deem
dôo (verbo doar)
doo
enjôo
enjoo
lêem (verbo ler)
leem
magôo (verbo magoar)
magoo
perdôo (verbo perdoar)
perdoo
povôo (verbo povoar)
povoo
vêem (verbo ver)
veem
vôos
voos
zôo
zoo
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela( s), pêlo(s)/pelo( s), pólo(s)/polo( s) e pêra/pera.
Como era Como fica
Ele pára o carro.
Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte.
Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo.
Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos.
Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra.
Comi uma pera.
Atenção:
- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôro livro na estante que foi feita por mim.
- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrmado bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.
Uso do hífen Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:
aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
coautor
coedição
extraescolar
infraestrutura
plurianual
semiaberto
semianalfabeto
semiesférico
semiopaco
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
anteprojeto
antipedagógico
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ous. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:
antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas
antissocial
biorritmo
contrarregra
contrassenso
cosseno
infrassom
microssistema
minissaia
multissecular
neorrealismo
neossimbolista
semirreta
ultrarresistente
ultrassom
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacioná rio
anti-inflamató rio
auto-observaçã o
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecá rio
super-racista
super-reacioná rio
super-resistente
super-romântico
Atenção:
- Nos demais casos não se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
- Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r:
sub-região, sub-raça etc.
- Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegaçã o, pan-americano etc.
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-
-alunos.
Resumo - Emprego do hífen com prefixos
Regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h:
anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
- Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
- Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
- Sem hífen diante de r e s Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
- Com hífen diante de mesma vogal:
contra-ataque, micro-ondas.
2. Prefixo terminado em consoante:
- Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecá rio.
- Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
- Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegaçã o, pan-americano etc.
3 O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia poro: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen:
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
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Segunda - Feira, 5 de Janeiro
Saiba o que mudou na ortografia brasileirapor Douglas Tufano
(Professor e autor de livros didáticos de língua portuguesa)
O objetivo deste guia é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995.
Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países.
Como o documento oficial do Acordo não é claro em vários aspectos, elaboramos um roteiro com o que foi possível estabelecer objetivamente sobre as novas regras. Esperamos que este guia sirva de orientação básica para aqueles que desejam resolver rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na ortografia brasileira, sem preocupação com questões teóricas.
Mudanças no alfabeto O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma) , W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Como era Como fica
agüentar
aguentar
argüir
arguir
bilíngüe
bilíngue
cinqüenta
cinquenta
delinqüente
delinquente
eloqüente
eloquente
ensangüentado
ensanguentado
eqüestre
equestre
freqüente
frequente
lingüeta
lingueta
lingüiça
linguiça
qüinqüênio
quinquênio
sagüi
sagui
seqüência
sequência
seqüestro
sequestro
tranqüilo
tranquilo
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era Como fica
alcalóide
alcaloide
alcatéia
alcateia
andróide
androide
apóia
(verbo apoiar) apoia
apóio
(verbo apoiar) apoio
asteróide
asteroide
bóia
boia
celulóide
celuloide
clarabóia
claraboia
colméia
colmeia
Coréia
Coreia
debilóide
debiloide
epopéia
epopeia
estóico
estoico
estréia
estreia
estréio (verbo estrear)
estreio
geléia
geleia
heróico
heroico
idéia
ideia
jibóia
jiboia
jóia
joia
odisséia
odisseia
paranóia
paranoia
paranóico
paranoico
platéia
plateia
tramóia
tramoia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
Como era Como fica
baiúca
baiuca
bocaiúva
bocaiuva
cauíla
cauila
feiúra
feiura
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Como era Como fica
abençôo
abençoo
crêem (verbo crer)
creem
dêem (verbo dar)
deem
dôo (verbo doar)
doo
enjôo
enjoo
lêem (verbo ler)
leem
magôo (verbo magoar)
magoo
perdôo (verbo perdoar)
perdoo
povôo (verbo povoar)
povoo
vêem (verbo ver)
veem
vôos
voos
zôo
zoo
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela( s), pêlo(s)/pelo( s), pólo(s)/polo( s) e pêra/pera.
Como era Como fica
Ele pára o carro.
Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte.
Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo.
Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos.
Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra.
Comi uma pera.
Atenção:
- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôro livro na estante que foi feita por mim.
- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrmado bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.
Uso do hífen Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:
aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
coautor
coedição
extraescolar
infraestrutura
plurianual
semiaberto
semianalfabeto
semiesférico
semiopaco
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
anteprojeto
antipedagógico
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ous. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:
antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas
antissocial
biorritmo
contrarregra
contrassenso
cosseno
infrassom
microssistema
minissaia
multissecular
neorrealismo
neossimbolista
semirreta
ultrarresistente
ultrassom
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacioná rio
anti-inflamató rio
auto-observaçã o
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecá rio
super-racista
super-reacioná rio
super-resistente
super-romântico
Atenção:
- Nos demais casos não se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
- Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r:
sub-região, sub-raça etc.
- Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegaçã o, pan-americano etc.
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-
-alunos.
Resumo - Emprego do hífen com prefixos
Regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h:
anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
- Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
- Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
- Sem hífen diante de r e s Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
- Com hífen diante de mesma vogal:
contra-ataque, micro-ondas.
2. Prefixo terminado em consoante:
- Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecá rio.
- Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
- Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegaçã o, pan-americano etc.
3 O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia poro: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen:
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
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http://www.souzamar ques.br/guia_ pratico_ortograf ia.php
domingo, 4 de janeiro de 2009
Empresa responsável - Apoia terceiro Setor
Terceiro setor Pesquisa mostra que a maioria das empresas promove algum tipo de benfeitoria à socieadade
RAISSA SCHEFFER
Gazeta de Ribeirão
raissa.lopes@gazetaderibeirao.com.br
O uso voluntário e planejado de recursos privados em projetos de interesse público vai além do conceito de responsabilidade social e alcança um importante espaço nas empresas como investimento. De acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 70% das empresas brasileiras, cerca de 600 mil, realiza trabalhos sociais. O número é grande, mas o que preocupa é a maneira como essas ações são realizadas.
"Dessas 600 mil empresas, 90% fazem trabalhos com a comunidade de forma filantrópica e caritativa, sem se preocupar em co-relacionar as ações com sua marca. Doação por doação não pode ser feita por empresas, é preciso que haja investimento social com retorno", disse o sociólogo Gilson Santos Bertozzo, diretor técnico da Terceira Tese, assessoria especializada em investimentos sociais.
Para Bertozzo, é importante que os empresários tenham sua marca relacionada com ações sociais. Os projetos valorizam a imagem da empresa, pois o relaciona com atividades positivas. "Se a empresa está fazendo algo de bom para a sociedade, deve divulgar mesmo. Além de mostrar que boas ações estão sendo realizadas, desperta a simpatia dos consumidores, que na hora da compra vão optar por uma empresa com comprometimento social", disse.
De acordo com Bertozzo, as empresas também devem se envolver de uma forma estratégica para obter resultados das ações sociais. "Se o empresário não encarar os projetos sociais como investimento importante para o crescimento de sua marca, ele vai enxergar essas ações como um simples custo, e quando a empresa passar por dificuldades financeiras elas serão cortadas. Isso faz com que os projetos fiquem pela metade", disse.
O sociólogo disse que, para obter resultados positivos, a empresa precisa primeiro, fazer um levantamento do seu perfil. "A empresa tem de descobrir qual sua aptidão, fazer essa mapeamento de vocação para saber em qual área vai atuar com seu projeto social. Isso também ajuda a manter a sobrevivência do projeto", disse Bertozzo.
Segundo o diretor, além de realizar os projetos de uma forma incorreta, a maioria das empresas também foca esses projetos para áreas sociais erradas. "Vemos que a maioria das mobilizações acontece na área de alimentação, já que a fome é mais sensível aos nossos olhos. Mas a doação é uma ação fácil e não é só isso que a sociedade precisa."
PESQUISA
O investimento social de empresas
R$ 7 bi
É o valor que as empresas do País devem gastar com o social em 2009
600 mil
É o número de empresas brasileiras que realizam trabalhos sociais
62%
Dos projetos realizados por empresas brasileiras beneficiam crianças
MÃO AMIGA
“As ações sociais são muito positivas e a imagem positiva proporcionada a empresa é uma consequência”
Jaqueline Marques
Da Companhia de Bebidas Ipiranga
Consumidor está atendo às ações
Os consumidores também acompanham as ações sociais realizadas pelas empresas. De acordo com a pesquisa da Terceira Tese, 70% das pessoas quer que os empresários divulguem suas ações. "Os consumidores gostam de conhecer os trabalhos realizados pelas empresas na sociedade. E dependendo da ação pode até influenciar na hora da compra", disse o sociólogo Gilson Santos Bertozzo. Em Ribeirão, a Companhia de Bebidas Ipiranga adotou as ações sociais como parte do sistema da empresa. Ao todo, são realizados 16 projetos baseados em três pilares sociais: capacitação, cultura e sustentabilidade. "Foram feitas pesquisas para definir em que área a companhia iria atuar dentro da sociedade", disse Jaqueline Marques, coordenadora de responsabilidade social da Companhia Ipiranga. Segundo Jaqueline, a preocupação social começa dentro da empresa, com os próprios funcionários. "Temos ações de segurança e bem estar, com centro de convivência e área de lazer para oferecer uma boa estrutura de trabalho para os cerca de 2,5 mil funcionários que temos. Também fazemos coleta seletiva, reutilização de água e tratamento de esgoto dentro da empresa", disse. (RS)
No País, mais de R$ 7 bilhões
Os investimentos de empresas brasileiras em ações sociais neste ano devem ser de R$ 7 bilhões, segundo estimativas da assessoria Terceira Tese. O número representa um aumento de 50% em relação ao investido no ano de 2004. "Existe grande investimento, só que na maioria das vezes ele é realizado de maneira errada", disse o sociólogo Gilson Santos Bertozzo, diretor técnico da Terceira Tese. De acordo com a pesquisa feita pela assessoria, 52% dos investimentos feitos por empresas brasileiras são feitos na área de alimentação e doações, 40% em ações sociais, 24% em saúde, 23% em educação e 7% em meio ambiente. "Essa é uma realidade brasileira, que também se reflete em Ribeirão. Mas os empresários já começaram a fazer uma correlação e avaliar melhor os projetos em que investem", disse Bertozzo. Em Ribeirão, um bom exemplo de empresa que relacionou seu perfil produtor com ações sociais é a Netafim, especialista em sistemas de irrigação. O primeiro projeto social realizado pela multinacional faz parte da ação Voluntários do Sertão, e investe em doação de sistemas de irrigação para famílias agricultoras. "A idéia era fazer a ação de forma sustentável, não apenas doar por doar. É uma ação que abastece e ajuda na produção e também vende a marca da empresa", disse o gerente de marketing na Netafim, Marcelo Baratlella. O objetivo da empresa é atender 500 famílias até o ano que vem. (RS)
RAISSA SCHEFFER
Gazeta de Ribeirão
raissa.lopes@gazetaderibeirao.com.br
O uso voluntário e planejado de recursos privados em projetos de interesse público vai além do conceito de responsabilidade social e alcança um importante espaço nas empresas como investimento. De acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 70% das empresas brasileiras, cerca de 600 mil, realiza trabalhos sociais. O número é grande, mas o que preocupa é a maneira como essas ações são realizadas.
"Dessas 600 mil empresas, 90% fazem trabalhos com a comunidade de forma filantrópica e caritativa, sem se preocupar em co-relacionar as ações com sua marca. Doação por doação não pode ser feita por empresas, é preciso que haja investimento social com retorno", disse o sociólogo Gilson Santos Bertozzo, diretor técnico da Terceira Tese, assessoria especializada em investimentos sociais.
Para Bertozzo, é importante que os empresários tenham sua marca relacionada com ações sociais. Os projetos valorizam a imagem da empresa, pois o relaciona com atividades positivas. "Se a empresa está fazendo algo de bom para a sociedade, deve divulgar mesmo. Além de mostrar que boas ações estão sendo realizadas, desperta a simpatia dos consumidores, que na hora da compra vão optar por uma empresa com comprometimento social", disse.
De acordo com Bertozzo, as empresas também devem se envolver de uma forma estratégica para obter resultados das ações sociais. "Se o empresário não encarar os projetos sociais como investimento importante para o crescimento de sua marca, ele vai enxergar essas ações como um simples custo, e quando a empresa passar por dificuldades financeiras elas serão cortadas. Isso faz com que os projetos fiquem pela metade", disse.
O sociólogo disse que, para obter resultados positivos, a empresa precisa primeiro, fazer um levantamento do seu perfil. "A empresa tem de descobrir qual sua aptidão, fazer essa mapeamento de vocação para saber em qual área vai atuar com seu projeto social. Isso também ajuda a manter a sobrevivência do projeto", disse Bertozzo.
Segundo o diretor, além de realizar os projetos de uma forma incorreta, a maioria das empresas também foca esses projetos para áreas sociais erradas. "Vemos que a maioria das mobilizações acontece na área de alimentação, já que a fome é mais sensível aos nossos olhos. Mas a doação é uma ação fácil e não é só isso que a sociedade precisa."
PESQUISA
O investimento social de empresas
R$ 7 bi
É o valor que as empresas do País devem gastar com o social em 2009
600 mil
É o número de empresas brasileiras que realizam trabalhos sociais
62%
Dos projetos realizados por empresas brasileiras beneficiam crianças
MÃO AMIGA
“As ações sociais são muito positivas e a imagem positiva proporcionada a empresa é uma consequência”
Jaqueline Marques
Da Companhia de Bebidas Ipiranga
Consumidor está atendo às ações
Os consumidores também acompanham as ações sociais realizadas pelas empresas. De acordo com a pesquisa da Terceira Tese, 70% das pessoas quer que os empresários divulguem suas ações. "Os consumidores gostam de conhecer os trabalhos realizados pelas empresas na sociedade. E dependendo da ação pode até influenciar na hora da compra", disse o sociólogo Gilson Santos Bertozzo. Em Ribeirão, a Companhia de Bebidas Ipiranga adotou as ações sociais como parte do sistema da empresa. Ao todo, são realizados 16 projetos baseados em três pilares sociais: capacitação, cultura e sustentabilidade. "Foram feitas pesquisas para definir em que área a companhia iria atuar dentro da sociedade", disse Jaqueline Marques, coordenadora de responsabilidade social da Companhia Ipiranga. Segundo Jaqueline, a preocupação social começa dentro da empresa, com os próprios funcionários. "Temos ações de segurança e bem estar, com centro de convivência e área de lazer para oferecer uma boa estrutura de trabalho para os cerca de 2,5 mil funcionários que temos. Também fazemos coleta seletiva, reutilização de água e tratamento de esgoto dentro da empresa", disse. (RS)
No País, mais de R$ 7 bilhões
Os investimentos de empresas brasileiras em ações sociais neste ano devem ser de R$ 7 bilhões, segundo estimativas da assessoria Terceira Tese. O número representa um aumento de 50% em relação ao investido no ano de 2004. "Existe grande investimento, só que na maioria das vezes ele é realizado de maneira errada", disse o sociólogo Gilson Santos Bertozzo, diretor técnico da Terceira Tese. De acordo com a pesquisa feita pela assessoria, 52% dos investimentos feitos por empresas brasileiras são feitos na área de alimentação e doações, 40% em ações sociais, 24% em saúde, 23% em educação e 7% em meio ambiente. "Essa é uma realidade brasileira, que também se reflete em Ribeirão. Mas os empresários já começaram a fazer uma correlação e avaliar melhor os projetos em que investem", disse Bertozzo. Em Ribeirão, um bom exemplo de empresa que relacionou seu perfil produtor com ações sociais é a Netafim, especialista em sistemas de irrigação. O primeiro projeto social realizado pela multinacional faz parte da ação Voluntários do Sertão, e investe em doação de sistemas de irrigação para famílias agricultoras. "A idéia era fazer a ação de forma sustentável, não apenas doar por doar. É uma ação que abastece e ajuda na produção e também vende a marca da empresa", disse o gerente de marketing na Netafim, Marcelo Baratlella. O objetivo da empresa é atender 500 famílias até o ano que vem. (RS)
sábado, 3 de janeiro de 2009
PLANO NACIONAL PELA PRIMEIRA INFÂNCIA ESTÁ ABERTO À CONSULTA PÚBLICA
O documento define objetivos e metas para políticas públicas que atendam as crianças de zero a seis anos. A consulta pública está aberta e pode ser feita pela internet até o dia 15/02.
No Brasil existem 19.989.000 crianças até os 6 anos de idade, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007, do IBGE. Em que pese a existência de uma legislação específica para garantir os direitos de crianças e adolescentes desde 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda é inédito no Brasil a existência de um Plano de ação, com metas e estratégias, que defina políticas públicas prioritariamente voltadas às crianças de zero a seis anos, fase crucial no desenvolvimento mental, emocional e de socialização do indivíduo.
É até os 6 anos de idade que as estruturas físicas e intelectuais de crescimento e aprendizagem emergem e começam a estabelecer suas fundações para o resto da vida da pessoa. Os primeiros três anos devida são fundamentais para que a criança tenha uma vida saudável e possa se desenvolver plenamente.
Conforme pesquisa do Unicef, de 2005, do nascimento aos 12 primeiros meses de idade, as crianças necessitam de cuidados específicos como:proteção; alimentação adequada; medidas de saúde (como imunizações e higiene), estimulação sensorial e sentirem-se amadas pela família. Até os 3 anos de idade, as crianças adquirem habilidades motoras, cognitivas, linguagem e aprendem a ter auto-controle e independência por meio da experimentação e brincadeiras.
Já entre os 3 e 6 anos, as crianças aperfeiçoam suas habilidades motoras finas, aprimoram sua linguagem, desenvolvem sua sociabilidade e iniciam a aprendizagem da leitura e da escrita. De maneira geral, mais da metade do potencial intelectual infantil já está estabelecido aos 4 anos de idade. Porém, as experiências de crescimento e desenvolvimento das crianças na primeira infância variam de acordo com
suas características individuais, gênero, condições de vida, organização familiar, cuidados proporcionados e sistemas educacionais.
Diferenças que ficam ainda mais marcantes por conta da desigualdade econômica e social do Brasil. "Uma criança que pode freqüentar uma creche particular convive com profissionais formados, preparados.
Agora uma criança de periferia, que fica no barraco sem nenhuma tesourinha sequer, sem nenhum papel, um lápis, sem conversar com ninguém... Se comparamos três anos no aspecto da linguagem, do pensamento, da cognição, já está marcado aí as duas trajetórias de vida", afirma Vital Didonet, da Rede Nacional pela Primeira Infância.
Crianças pequenas também são as grandes vítimas da violência doméstica como negligência, omissão, maus tratos. Embora relativamente freqüentes, esses casos não ganham notoriedade, porque ocorrem dentro de casa, na família, em um espaço que deveria ser totalmente seguro.
"São situações invisíveis. A gente aprendeu a conviver como se fosse tudo normal, natural. Vivemos em uma sociedade desigual demais. E se o Brasil não começar a priorizar a primeira infância, dificilmente irá mudar os péssimos índices de desenvolvimento humano e econômicos do País".
Ocorrências na PNAD (2007)
Itens Geográficos / Pessoa(s) de 0 a 3 anos / Pessoa(s) de 4 a 6 anos
Região Norte
1.244.073
956.129
Região Nordeste
3.445.800
2.836.934
Região Sudeste
4.044.095
3.382.084
Região Sul
1.380.142
1.195.645
Região Centro-Oeste
842.810
661.288
TOTAL
10.956.920
9.032.080
Fonte: IBGE
Plano Nacional
Para tentar mudar essa realidade, a Rede Nacional Primeira Infância trabalha, há mais de um ano, na elaboração de um Plano Nacional pelaPrimeira Infância, que está disponível até o dia 15 de fevereiro à consulta pública. Nesta segunda etapa do processo, a sociedade brasileira pode colaborar enviando sugestões e críticas. O PlanoNacional está disponível AQUI. Basta acessar, analisar o plano,individualmente ou em entidades ou conselhos e enviar as sugestões para o e-mail contato@primeirainfancia.org.br. A organização Ato Cidadão, de São Paulo, prepara uma metodologia específica para realizar uma consulta sobre o plano também com crianças
No Brasil existem 19.989.000 crianças até os 6 anos de idade, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007, do IBGE. Em que pese a existência de uma legislação específica para garantir os direitos de crianças e adolescentes desde 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda é inédito no Brasil a existência de um Plano de ação, com metas e estratégias, que defina políticas públicas prioritariamente voltadas às crianças de zero a seis anos, fase crucial no desenvolvimento mental, emocional e de socialização do indivíduo.
É até os 6 anos de idade que as estruturas físicas e intelectuais de crescimento e aprendizagem emergem e começam a estabelecer suas fundações para o resto da vida da pessoa. Os primeiros três anos devida são fundamentais para que a criança tenha uma vida saudável e possa se desenvolver plenamente.
Conforme pesquisa do Unicef, de 2005, do nascimento aos 12 primeiros meses de idade, as crianças necessitam de cuidados específicos como:proteção; alimentação adequada; medidas de saúde (como imunizações e higiene), estimulação sensorial e sentirem-se amadas pela família. Até os 3 anos de idade, as crianças adquirem habilidades motoras, cognitivas, linguagem e aprendem a ter auto-controle e independência por meio da experimentação e brincadeiras.
Já entre os 3 e 6 anos, as crianças aperfeiçoam suas habilidades motoras finas, aprimoram sua linguagem, desenvolvem sua sociabilidade e iniciam a aprendizagem da leitura e da escrita. De maneira geral, mais da metade do potencial intelectual infantil já está estabelecido aos 4 anos de idade. Porém, as experiências de crescimento e desenvolvimento das crianças na primeira infância variam de acordo com
suas características individuais, gênero, condições de vida, organização familiar, cuidados proporcionados e sistemas educacionais.
Diferenças que ficam ainda mais marcantes por conta da desigualdade econômica e social do Brasil. "Uma criança que pode freqüentar uma creche particular convive com profissionais formados, preparados.
Agora uma criança de periferia, que fica no barraco sem nenhuma tesourinha sequer, sem nenhum papel, um lápis, sem conversar com ninguém... Se comparamos três anos no aspecto da linguagem, do pensamento, da cognição, já está marcado aí as duas trajetórias de vida", afirma Vital Didonet, da Rede Nacional pela Primeira Infância.
Crianças pequenas também são as grandes vítimas da violência doméstica como negligência, omissão, maus tratos. Embora relativamente freqüentes, esses casos não ganham notoriedade, porque ocorrem dentro de casa, na família, em um espaço que deveria ser totalmente seguro.
"São situações invisíveis. A gente aprendeu a conviver como se fosse tudo normal, natural. Vivemos em uma sociedade desigual demais. E se o Brasil não começar a priorizar a primeira infância, dificilmente irá mudar os péssimos índices de desenvolvimento humano e econômicos do País".
Ocorrências na PNAD (2007)
Itens Geográficos / Pessoa(s) de 0 a 3 anos / Pessoa(s) de 4 a 6 anos
Região Norte
1.244.073
956.129
Região Nordeste
3.445.800
2.836.934
Região Sudeste
4.044.095
3.382.084
Região Sul
1.380.142
1.195.645
Região Centro-Oeste
842.810
661.288
TOTAL
10.956.920
9.032.080
Fonte: IBGE
Plano Nacional
Para tentar mudar essa realidade, a Rede Nacional Primeira Infância trabalha, há mais de um ano, na elaboração de um Plano Nacional pelaPrimeira Infância, que está disponível até o dia 15 de fevereiro à consulta pública. Nesta segunda etapa do processo, a sociedade brasileira pode colaborar enviando sugestões e críticas. O PlanoNacional está disponível AQUI. Basta acessar, analisar o plano,individualmente ou em entidades ou conselhos e enviar as sugestões para o e-mail contato@primeirainfancia.org.br. A organização Ato Cidadão, de São Paulo, prepara uma metodologia específica para realizar uma consulta sobre o plano também com crianças
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Sacola Ecológica do Projeto à Venda
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
RETROSPECTIVA 2008 - Na Flora, novas descobertas dividem espaço com as freqüentes ameaças de extinção
Neide Campos / AmbienteBrasil
Riscos de extinção e descobertas marcaram o ano na flora brasileira. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, 472 plantas correm risco de sumir dos biomas brasileiros. No começo da década passada eram 108 espécies, como apontou matéria sobre o assunto publicada no clipping de AmbienteBrasil. No Rio Grande do Sul, o capim annoni (Eragrostis planam), uma espécie invasora que chegou ao país em 1950 e tornou-se um sério problema ambiental a partir dos anos 70, atualmente cobre 20% dos campos naquele estado.
Para preservar a árvore símbolo do Paraná, o Governo do Estado lançou projetos que buscam criar consciência de preservação às araucárias para desenvolver ações de educação ambiental, pesquisa ou estruturação de unidades de conservação e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (clique aqui para ler a notícia).
Pesquisas demonstraram que as plantas resistem a grandes adversidades. Um estudo americano descobriu que algumas plantas, quando ameaçadas por perigos como estiagem, mudanças drásticas de temperatura ou pragas de insetos, são capazes de lançar no ar um gás de composição similar à aspirina. Algumas flores, segundo um grupo de cientistas britânicos, “acenam” para conseguir a atenção de insetos. Isso explica porque algumas flores balançam com a brisa. Os pesquisadores afirmam que as espécies que se movem são visitadas mais freqüentemente por insetos e também produzem mais sementes.
O poder danoso da poluição se mostrou quando pesquisadores americanos divulgaram que a liberação de gases nocivos na atmosfera, provenientes de usinas termelétricas e de automóveis, por exemplo, destrói a fragrância das flores e impede a polinização. Essa seria a razão da redução das povoações de insetos polinizadores, que se alimentam do néctar das flores, em várias partes do mundo.
Cientistas americanos e finlandeses identificaram o gene responsável pela resistência das plantas à seca. Com essa descoberta será possível modificar as plantas para que continuem absorvendo o carbono, mas reduzam a eliminação de água, possibilitando sua sobrevivência em condições de seca.
Matusalém, uma árvore tamareira, originária de uma semente datada de dois mil anos atrás, completou, em 2008, três anos, segundo o relato da cientista Sarah Sallon, diretora de um centro de pesquisas médicas em Israel.
A biodiversidade brasileira também continua surpreendendo. Pesquisadores descobriram três novas espécies de flora ainda desconhecidas da Ciência na região do Parque Estadual do Cristalino, no Mato Grosso. Uma tese de doutorado da Universidade Federal de Minas Gerais afirmou, em julho, que o país tem em média uma descoberta de planta angiosperma - que produz flores - a cada dois dias. E apesar de sempre ameaçada, a Mata Atlântica é o lugar onde mais se encontram novas espécies, seguida do Cerrado e da floresta amazônica.
Outra defesa de doutorado, agora no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, mostrou que a planta natural do Cerrado Galianthe grandifolia, uma herbácea da família do café, além de ter alto potencial para limpar solos contaminados com metais pesados, é capaz de absorver o cádmio em grandes quantidades. O tema já havia chamado a atenção em abril, quando cientistas alemães descobriram que a Arabidopsis halleri, uma herbácea pouco comum da família brassicacea, extrai do solo as substâncias tóxicas e, por meio de um sistema de bombeamento, as envia das raízes para as folhas, onde se concentram para defender a planta de insetos e de agentes patogênicos.
Brasileiros descobriram que o arenito zeolítico, que tem muita areia e cerca de 50% de rocha zeolita, encontrado principalmente no sul do Maranhão, pode aumentar o tamanho de flores, representando eficiência de produção, diminuição de custos para os produtores e redução dos males causados à atmosfera pela emissão de gases causadores do efeito estufa, como mostra a matéria Pesquisadores desenvolvem composto mineral que melhora qualidade das rosas.
Na Noruega, a Caixa Forte Internacional de Sementes, construída em uma ilha remota, Svalbard, vai abrigar sementes de todas as variedades conhecidas no mundo de plantas com valor alimentício. Em Sussex, cidade próxima a Londres, está localizado o Banco de Sementes do Milênio, que abriga um bilhão de sementes de todo mundo, muitas das quais estão em perigo de extinção.
E com tantos esforços para salvar a flora mundial, em Madagascar, botânicos descobriram uma espécie de palmeira gigante que se autodestrói. Apesar de ter uma vida estimada em cem anos e medir 20 metros de altura, a palmeira suicida nunca foi vista com flores. Quando isto aconteceu, em 2007 os botânicos descobriram que a árvore gastou tanta energia na criação de flores que morreu, como informa a matéria Botânicos descobrem palmeira gigante 'suicida'.
Riscos de extinção e descobertas marcaram o ano na flora brasileira. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, 472 plantas correm risco de sumir dos biomas brasileiros. No começo da década passada eram 108 espécies, como apontou matéria sobre o assunto publicada no clipping de AmbienteBrasil. No Rio Grande do Sul, o capim annoni (Eragrostis planam), uma espécie invasora que chegou ao país em 1950 e tornou-se um sério problema ambiental a partir dos anos 70, atualmente cobre 20% dos campos naquele estado.
Para preservar a árvore símbolo do Paraná, o Governo do Estado lançou projetos que buscam criar consciência de preservação às araucárias para desenvolver ações de educação ambiental, pesquisa ou estruturação de unidades de conservação e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (clique aqui para ler a notícia).
Pesquisas demonstraram que as plantas resistem a grandes adversidades. Um estudo americano descobriu que algumas plantas, quando ameaçadas por perigos como estiagem, mudanças drásticas de temperatura ou pragas de insetos, são capazes de lançar no ar um gás de composição similar à aspirina. Algumas flores, segundo um grupo de cientistas britânicos, “acenam” para conseguir a atenção de insetos. Isso explica porque algumas flores balançam com a brisa. Os pesquisadores afirmam que as espécies que se movem são visitadas mais freqüentemente por insetos e também produzem mais sementes.
O poder danoso da poluição se mostrou quando pesquisadores americanos divulgaram que a liberação de gases nocivos na atmosfera, provenientes de usinas termelétricas e de automóveis, por exemplo, destrói a fragrância das flores e impede a polinização. Essa seria a razão da redução das povoações de insetos polinizadores, que se alimentam do néctar das flores, em várias partes do mundo.
Cientistas americanos e finlandeses identificaram o gene responsável pela resistência das plantas à seca. Com essa descoberta será possível modificar as plantas para que continuem absorvendo o carbono, mas reduzam a eliminação de água, possibilitando sua sobrevivência em condições de seca.
Matusalém, uma árvore tamareira, originária de uma semente datada de dois mil anos atrás, completou, em 2008, três anos, segundo o relato da cientista Sarah Sallon, diretora de um centro de pesquisas médicas em Israel.
A biodiversidade brasileira também continua surpreendendo. Pesquisadores descobriram três novas espécies de flora ainda desconhecidas da Ciência na região do Parque Estadual do Cristalino, no Mato Grosso. Uma tese de doutorado da Universidade Federal de Minas Gerais afirmou, em julho, que o país tem em média uma descoberta de planta angiosperma - que produz flores - a cada dois dias. E apesar de sempre ameaçada, a Mata Atlântica é o lugar onde mais se encontram novas espécies, seguida do Cerrado e da floresta amazônica.
Outra defesa de doutorado, agora no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, mostrou que a planta natural do Cerrado Galianthe grandifolia, uma herbácea da família do café, além de ter alto potencial para limpar solos contaminados com metais pesados, é capaz de absorver o cádmio em grandes quantidades. O tema já havia chamado a atenção em abril, quando cientistas alemães descobriram que a Arabidopsis halleri, uma herbácea pouco comum da família brassicacea, extrai do solo as substâncias tóxicas e, por meio de um sistema de bombeamento, as envia das raízes para as folhas, onde se concentram para defender a planta de insetos e de agentes patogênicos.
Brasileiros descobriram que o arenito zeolítico, que tem muita areia e cerca de 50% de rocha zeolita, encontrado principalmente no sul do Maranhão, pode aumentar o tamanho de flores, representando eficiência de produção, diminuição de custos para os produtores e redução dos males causados à atmosfera pela emissão de gases causadores do efeito estufa, como mostra a matéria Pesquisadores desenvolvem composto mineral que melhora qualidade das rosas.
Na Noruega, a Caixa Forte Internacional de Sementes, construída em uma ilha remota, Svalbard, vai abrigar sementes de todas as variedades conhecidas no mundo de plantas com valor alimentício. Em Sussex, cidade próxima a Londres, está localizado o Banco de Sementes do Milênio, que abriga um bilhão de sementes de todo mundo, muitas das quais estão em perigo de extinção.
E com tantos esforços para salvar a flora mundial, em Madagascar, botânicos descobriram uma espécie de palmeira gigante que se autodestrói. Apesar de ter uma vida estimada em cem anos e medir 20 metros de altura, a palmeira suicida nunca foi vista com flores. Quando isto aconteceu, em 2007 os botânicos descobriram que a árvore gastou tanta energia na criação de flores que morreu, como informa a matéria Botânicos descobrem palmeira gigante 'suicida'.
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